Thursday, March 09, 2006

O “novo” jornalismo televisivo

Não sei se já repararam, mas os telejornais estão de certa forma, tão bons quanto o resto da programação televisiva portuguesa. De facto, nos últimos dias, a quantidade de reportagens no exterior transmitida nos telejornais, jornais nacionais e tudo por ai fora é inversamente proporcional à qualidade das mesmas. No entanto, é nos telejornais da tvi, essa grande difusora da cultura e da imparcialidade jornalística, que acontecem as situações mais obscenas no que diz respeito ao interesse das mesmas. Ora, se cada vez mais a luta pelas audiências é um factor preponderante na escolha das notícias apresentadas nos serviços informativos, devo dizer que é com agrado que vejo a tvi a apostar em camadas mais desfavorecidas da sociedade, tais como os sem abrigo, até porque esses, apesar de todas as vicissitudes de uma vida parca em recursos, não são obrigados a assistir a tal desgraça jornalística.
Os directos no exterior são sem dúvida, das obras mais macabras e mais insólitas que já passaram na televisão mundial. Isto porque para além da manifesta inoperância e incompetência dos repórteres, os assuntos abordados são na maioria dos casos, do tempo da Maria Cachucha, ou seja, tem tanto interesse como uma poça de água na berma de uma estrada. No entanto, algumas destas reportagens são exaustivamente anunciadas durante todo o serviço informativo, como se da cura para o cancro se tratasse. Assim, uma questão me passa repetidamente pela cabeça: será que há alguém que vê esta… coisa?