Adega dos Passarinhos

Scarlet Johansson e Bob Dylan

Nos últimos anos não houve um ícone feminino no cinema tão forte como Scarlet Johansson. Desde Lost In Translation que Scarlet Johansson ganhou um reconhecimento internacional gigantesco, que é regularmente associado ao epíteto de diva, musa ou outros que tais. Até já houve quem tivesse o descaramento de a considerar a sucessora de Sophia Loren.

O reconhecimento de Scarlet Johansson é tão grande que qualquer filme em que participe passa a ser sinónimo de casa cheia. E a sua presença ao lado dos grandes mestres (olá Woody Allen, olá Brian de Palma) só a tem ajudado. Enfim, toda a gente venera Scarlet Johansson. Toda? Não, toda não. Eu, pelo menos, não alinho pelo mesmo diapasão.

E não é para ser do contra, acreditem. No entanto, considero-a apenas como uma cara (muito) bonita que faz aquilo que lhe pedem. Eu sei que nós não estamos já habituados a ver muitos actores bons (os Morangos com Açucar não ajudam, eu sei), por isso se calhar é que ficamos todos exatados quando aparece um deles competente.

Competente - é essa a palavra certa para definir Scarlet Johansson (apesar de reconhecer que tem crescido muito nos últimos filmes). Mas então porque raio estou eu a falar à tanto tempo dela?

Apenas para introduzir Bob Dylan e o seu mais recente álbum de originais. Só o Bob Dylan por si próprio dava azo a um post inteiro (e extenso), o qual não tenho coragem de me debruçar. Para isso, aconselho-vos o documentário do Scorcese, No Direction Home. O que interessa aqui realçar é outra coisa: "Modern Times", o novo disco de Bob Dylan, acabadinho de chegar aos escaparates e já candidato a um dos melhores álbuns do ano. Pelo menos para mim.

"When The Deal Goes Down" é o single de estreia e o teledisco, realizado por Beneth Miller, a mesma realizadora de "Capote", é umexcelente mosaico de nostalgia que conta com Scarlet Johansson como protagonista. Filmado em 8 mm, o teledisco assemelha-se a um home video de férias dos anos 60, assim como o próprio "Modern Times", de Dylan. E estrelando está Scarlet Johansson, fazendo aquilo que faz melhor: transformando-se em personagem iconoclasta, com um je ne se quoi de pin up.

Pronto, era só isto...

posted by dermot @ 9:18 AM